Radio Palavra

segunda-feira, 5 de julho de 2010

DEIXA FALAR


Uma das lições mais difíceis da vida é conseguir manter a serenidade e o bom humor enquanto sabemos que alguém fala mal de nós. Somos, às vezes, capazes de suportar tudo, menos a língua que se volta contra a nossa pessoa.

Saber lidar com esta situação é um sinal de que compreendemos que sempre teremos oposições, haverá pessoas que não gostam de nós, e que vez ou outra seremos mal compreendidos. E não é qualquer um que passa por essa prova com um espírito manso e tranqüilo.

Muitos falam por presunção, outros por estreiteza da alma, outros porque têm baixa auto-estima e ao falar de alguém se sentem de alguma forma superior – é uma compensação que dá um prazer momentâneo. E por último, falam, por uma razão muito simples: nós também erramos – e é muito importante admitir isso.

Não ceda ao impulso de responder à altura, de revidar, de dar o troco. Pelo contrário, amontoe “brasas” na cabeça de quem fala. Demonstre sua fé Naquele que reina, sabe todas as coisas e que pesa o coração. Esqueça, e dê de ombros, pois se falaram é porque Deus permitiu e o Senhor pode transformar aquilo que foi “mal dito” em “bem dito”.

Se chamaram a Jesus de glutão e beberrão, se rangiam os dentes contra Davi, se Eliseu foi zombado por ser careca, se a Paulo chamaram de louco, se Ana estava no templo orando em voz baixa e o sacerdote Eli achou que ela havia “tomado todas”, se a Timóteo desprezaram porque era jovem demais, se os próprios irmãos de Moisés – Miriam e Arão – reclamaram dele, e se os melhores amigos de Jó insistiam que tinha coisa errada em sua vida, então você está em boa companhia.

Não perca um só minuto de sono pelo que disseram de você. Em Eclesiastes diz: “Não apliques o coração a todas as palavras que se dizem” (Ecl 7.21).

Quando o rei Davi passava com sua comitiva por uma cidade, saiu um homem, cujo nome era Simei, que amaldiçoava o rei, atirava pedras sobre ele e dizia repetidas vezes: “Fora daqui, homem de sangue, homem de Belial” (2Sm 16.7). O chefe da guarda de Davi indignou-se e disse “Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar e lhe tirarei a cabeça”. Mas Davi dá uma resposta surpreendente: “Deixai-o; que amaldiçoe, pois o Senhor lhe permitiu. Talvez o Senhor olhe para a minha aflição e me pagará com bem a sua maldição deste dia” (2Sm 16.12).

Nos desígnios ocultos de Deus foi permitido que aquele homem, dotado de maldade em seu coração, proferisse aquelas palavras. O motivo? Deus se serve do coração dos maus para transformar a maldição intentada em bênção divina. Davi sabia disto, conhecia o seu Senhor, e deu de ombros à maldição imprecada contra ele.

Creio que devemos agir assim também. Deus se agrada em consolar e abençoar aos seus filhos que tem sofrido pela maldade de outros. Só o Senhor pode transformar maldição em bênção. Por isso, se falarem mal de você por agir em amor, glorie-se no Senhor, pois Ele permitiu para dar-lhe consolo e para que você busque somente o louvor que vem da parte Dele..

Certa manhã um pai convidou o seu filho para um passeio no bosque. Em certo momento o pai parou e perguntou: - Você ouve alguma coisa?

E o filho respondeu: - Estou ouvindo um barulho de carroça.

-Isso mesmo, disse o pai, e uma carroça vazia.

O menino então pergunta: como você pode saber se a carroça está vazia?

Ora, o pai respondeu. É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia, maior o barulho que faz. Aprenda a lição, filho:

- Quando a pessoa fala demais, grita – com o propósito de intimidar – trata o próximo com grossura, e quer demonstrar que é dono da verdade absoluta, lembre-se da carroça vazia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário